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O que provoca a rosácea?

Sequência hipotética do desenvolvimento da rosácea:

A etiologia exacta da rosácea é ainda desconhecida, sendo provável a existência de uma etiologia envolvendo diversos factores. Ao longo dos anos, têm sido referidas muitas causas suspeitas, mas não confirmadas. Entre elas, contam-se factores como a predisposição genética, hereditariedade, dispepsia com hipocloridria gástrica, doença intestinal inflamatória e infestação pela bactéria Helicobacter pylori, seborreia, ácaros Demodex folliculorum, doenças endócrinas, carências vitamínicas, doenças microcirculatórias, hepatopatia ou factores psicogénicos.

Helicobacter pylori:
Há quem suspeite de uma relação entre as infecções da mucosa gástrica por Helicobacter pylori (Hp) e a rosácea. Num estudo, 84% dos doentes com rosácea apresentavam uma gastrite com testes positivos para Hp. Num outro estudo, a prevalência de Hp nos doentes com rosácea foi de 88%, contra os 65% verificados no grupo de controlo. Em contrapartida, outros estudos não sugerem qualquer diferença significativa entre os doentes com rosácea e os controlos. Num estudo de controlo por dupla ocultação que analisou o efeito da erradicação da Hp nos doentes com rosácea e Hp, não foi observada qualquer melhoria nos resultados globais de avaliação da rosácea. Um estudo epidemiológico realizado na Coreia excluiu a possibilidade de a Hp constituir uma causa primária da rosácea. Assim, é de duvidar que a infecção por Hp ou a sua erradicação influenciem o desenvolvimento da rosácea a longo prazo.
Resumindo, não foi obtida qualquer prova evidente de associação, apesar de se registar uma melhoria a curto prazo nos sintomas da rosácea após a terapêutica de erradicação.

Demodex folliculorum:
Os ácaros Demodex folliculorum são muito mais frequentes nos doentes com rosácea do que nos grupos de controlo. As alterações precoces vasculares e do tecido conjuntivo provavelmente criam um ambiente favorável para a proliferação secundária. Os Demodex folliculorum podem representar um co-factor significativo, principalmente na rosácea pápulo-pustular, na qual se suspeita de uma reacção de hipersensibilidade retardada, mas que não é a causa da rosácea. Por outro lado, os Demodex folliculorum não são detectados em nenhum doente com rosácea, além de que sinais de melhoria da rosácea após a administração de tetraciclina oral ou de um unguento à base de enxofre não afectaram a população residente de demodex.

Factores psicogénicos:
O stress psicológico pode influenciar a rosácea, mas não constitui a causa primária da doença.

Ruborização e patogénese vascular:
Os doentes com rosácea apresentam uma predisposição para a ruborização e vermelhidão. Conhecem-se diversos factores desencadeantes, como o calor, o frio, a radiação ultravioleta, as emoções, o álcool, as especiarias ou as bebidas quentes. A ruborização após a ingestão de água, café ou chá quentes deve-se ao aquecimento faríngico do sangue que passa para o hipotálamo através da troca térmica contra-corrente, envolvendo a jugular e as artérias carótidas. A hipertermia em doentes com rosácea provoca uma diminuição do fluxo de sangue do rosto para o cérebro. A disfunção parece ser um problema microcirculatório das veias angulares faciais (Vena facialis sive angularis), que estão envolvidas no sistema de arrefecimento sanguíneo do cérebro. Isto pode provocar congestão venosa e problemas de termo-regulação. As veias angulares faciais drenam as zonas do rosto mais afectadas pela rosácea, incluindo a conjuntiva. Isto pode explicar o envolvimento frequente dos olhos. Uma disfunção vascular pode ainda estar na origem do aumento de enxaquecas em doentes com rosácea. A pele com rosácea reage normalmente a diversos químicos vasoactivos, como a cafeína, ou a quimiomediadores como a epinefrina, a acetilcolina ou a histamina. O peptídeo intestinal vasoactivo (VIP) e o seu receptor são importantes para a regulação do fluxo sanguíneo. Foi observada uma concentração aumentada do receptor na rinofima, o que sugere portanto que isto pode contribuir para alterações vasculares e dérmicas na rosácea.

Genética:
As provas para a predisposição genética da rosácea são cada vez maiores. 30-40% dos doentes com rosácea têm um familiar que sofre da mesma doença. No entanto, não existem provas de quaisquer marcadores genéticos para a rosácea, como o HLA.

Seborreia:
Estudos experimentais não estabeleceram uma relação entre a rosácea e a seborreia. Devido à localização e à eficácia da isotretinoína alguns autores suspeitam que a seborreia seja um factor para a rosácea, apesar de a produção sebácea muitas vezes não sofrer qualquer aumento nos doentes com rosácea (excepto no caso de rosácea fulminante.

Luz:
Os raios ultravioleta têm um papel importante no desenvolvimento da rosácea. Afectam o tecido conjuntivo dérmico, bem como os vasos linfáticos e sanguíneos, podendo contribuir para uma vasodilatação passiva. A pele acnosa constitui um antecedente consistente de rosácea. São comuns lesões por exposição à luz solar em doentes com pele clara e com rosácea.

Doença Endócrina:
Têm sido observados agravamentos nos casos de rosácea durante a gravidez, a menstruação ou o período perimenopáusico.

Sistema linfático:
Suspeita-se que o linfedema tenha um papel importante na doença, principalmente nas formas graves de rinofima. Foi observada nos doentes com rinofima uma dermatite fibrótica, com muitas semelhanças com a elefantíase. Por vezes, é reconhecido um linfedema cutâneo facial crónico.

Medicações:
Alguns fármacos, como a amiodarona ou fármacos de tipo nitroglicerina (por exemplo, nifedipina) podem afectar a rosácea através da vasodilatação o que induz a ruborização.

Factores imunológicos:
As investigações indicam uma maior incidência de anomalias imunitárias, como diferentes tipos de anticorpos antinucleares no sangue. Foram também detectados anticorpos IgG contra os ácaros Demodex folliculorum na pele com rosácea. A rosácea parece ser mais comum em doentes com infecção por VIH.

Problemas gastro-intestinais
Tem-se suspeitado de uma associação entre sintomas gastro-intestinais, como hipercloridria gástrica, dispepsia, obstipação ou sintomas alimentares, e a rosácea, mas não existem provas concretas que permitam estabelecer qualquer relação.



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